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quinta-feira, 31 de março de 2011

Aumenta número de estrangeiros que procuram casas no Nordeste





Um número cada vez maior de estrangeiros está interessado em comprar propriedades no Brasil, e em especial na costa nordestina.

"Houve um aumento de 60% nos últimos tempos na procura de estrangeiros por imóveis nas praias", diz Simone Brilhante Maia, proprietária da Tur Imóveis, uma imobiliária que atua no litoral ao sul de Natal.

"Nos últimos seis meses realizamos 19 grandes negócios com imóveis de padrão elevado para estrangeiros que querem morar na costa brasileira", concorda Romildo Coelho, dono do site Imóveis à Venda.

O site registrou um aumento de 30% em 2003, em relação ao ano de 2002, no número de acessos de pessoas da Grã-Bretanha à procura de propriedades para comprar.

"Vejo dois tipos básicos de investidores estrangeiros[...]
, aqueles que querem passar a sua aposentadoria em um local tranqüilo e ensolarado e os que buscam oportunidades de realizar bons negócios", diz Simone.

Atenção internacional

Não é nova a tendência de europeus e americanos comprarem casas em balneários turísticos atrás de uma maior qualidade de vida.

A diferença é que agora o Brasil surge como uma boa alternativa a destinos mais tradicionais como Espanha ou Portugal.

Conseqüentemente, está aumentando no exterior o número de empresas que oferecem condomínios de alto luxo em praias paradisíacas do Nordeste brasileiro.

Uma propriedade de luxo, com dois dormitórios, no litoral sergipano, custa em torno de R$ 160 mil (US$ 64 mil), segundo a Property Bond, uma imobiliária sediada na Grã-Bretanha especializada em propriedades no exterior.

Aluguel garantido

"É possível fazer dinheiro e ter qualidade de vida no Brasil", diz Phil Milligan, diretor para propriedades internacionais da Property Bond.

"As propriedades no Nordeste saem por um terço do preço do que custariam na Espanha ou Portugal."

A Property Bond inicia, no mês de fevereiro, um projeto que prevê a construção de 5 mil casas no litoral de Sergipe, em parceria com uma construtora local.

A empresa garante financiamentos flexíveis e juros baixos, além da promessa de que os compradores vão ter inquilinos garantidos por pelo menos quatro anos.

‘Não é circo'

A garantia vem de um acordo com corporações que já atuam na área e vão usar o condomínio para acomodar seus empregados.

As casas de luxo serão agrupadas em condomínios de 80 a cem residências cada, voltadas para o mar e cercada por dunas, e contarão com restaurantes, escolas, médicos, hotéis e bares.

O serviço será fornecido por funcionários bilíngües.

"A idéia é que exista um intercâmbio com a população local. Não se trata de isolar os estrangeiros em uma espécie de circo, mas o contrário", diz Phil Milligan.

Atenção exagerada

"Um dos atrativos para os compradores é justamente a população. O estilo caloroso dos brasileiros, de passar as tardes sentados na calçada é algo que já não existe na Grã-Bretanha."

"O projeto tem a preocupação de respeitar os requisitos ecológicos e vai gerar empregos no Brasil."

A empresária Simone Maia concorda que a atenção internacional vem aquecendo a economia local, mas existe um lado negativo.

"Natal ficou mais cara para os brasileiros. E não foi só o mercado imobiliário que ficou inflacionado, mas serviços como restaurantes e passeios, além de um aumento da prostituição."

Mesmo assim, com um aumento significativo do volume de negócios fechados, a empresária não reclama.

"Graças a Deus, os clientes internacionais estão interessados", diz Simone.

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